Antes da paralisação causada pela pandemia do coronavírus, a medalhalhista de ouro no Sul-Americano Indoor de Cochabamba, na Bolívia, em fevereiro, (53.34), a carioca Tiffani Marinho (Orcampi/Campinas), tinha como grande objetivo conquistar o índice olímpico dos 400 m. Entretanto, mesmo diante deste novo cenário, a atleta mantém vivo o sonho de estar em Tóquio em 2021.
“Estou treinando do jeito que dá e esperando essa pandemia passar. Mas quando as competições vierem a expectativa continua a mesma. Estou focada, segura e confiante para fazer o índice olímpico nos 400 m.”
A Federação Paulista de Atletismo (FPA) em atendimento ao Decreto Estadual nº64.881 do dia 22 de março de 2020, considerando a manutenção da saúde de toda a comunidade do atletismo, mantém suspensas as competições de pista e campo até 30 de junho de 2020. Veja nota oficial.

Em 2018, Tiffani sofreu uma lesão no tornozelo, mas conseguiu superar esse problema e conquistou índice para disputar o Mundial Sub-20 de Tampere, na Finlândia e ainda fez o índice do Mundial na semifinal (53.21) do Brasileiro Sub-20 e, na final, bateu o recorde da categoria (52.85). O revezamento 4×400 m misto do Brasil foi 8º no Mundial Sub-20 (3:34.55) e Tiffani ficou com o bronze no Troféu Brasil (53.04).
Já na primeira competição de 2019, Tiffani fez 52.79 e pulou para a primeira posição do Ranking Brasileiro. Foi campeã sul-americana adulta e na Europa correu 52.21, então sua melhor marca. Conquistou o seu primeiro título do Troféu Brasil nos 400 m, com recorde pessoal (51.84) e se qualificou para o Mundial de Doha, Catar.
“Tudo muito novo e extraordinário para mim, sonhos realizados em cima de sonhos realizados. Fiz o meu primeiro 51 segundos na vida! Fui ao Mundial de Revezamentos, ao Mundial de Doha, corri 51.84 (no Troféu Brasil). Os dois 51 de 2019 foram importantes, por ganhar o Troféu Brasil e ter conseguido o ápice em um Mundial.” Em Doha ficou em 9º, com 51.96.
Seleção Brasileira
Integrar a seleção brasileira de atletismo é “uma responsabilidade muito grande” para ela. Mas afirma que “não inventa desculpas e confia no trabalho, no treinador e nos colegas”. Em Yokohama, o revezamento teve Lucas Carvalho, Tiffani Marinho,Cristiane Silva e Alexander Russo – fez 3:18.26, na semifinal, recorde brasileiro e sul-americano, e foi 6º na final, com 3:20.71.

Em Doha, a equipe teve Lucas Carvalho, Tiffani Marinho, Geisa Coutinho e Alexander Russo e foi 8ª colocada (3:16.22), garantindo a presença do Brasil na prova nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Na semifinal, o grupo, com Anderson Henriques no lugar de Alexander, bateu o recorde sul-americano, com 3:16.12. Será a primeira vez que o 4×400 m misto integrará o programa olímpico do atletismo.
“Ela consegue correr bem a segunda perna do revezamento, que é complicada, por causa do desbalizamento e de ter de entregar o bastão bem. Confio nela. Tiffani está ganhando experiência e constância. Quando pudermos competir vamos buscar consistência, correr novamente na casa dos 51. A paralisação do calendário atrapalhou nosso planejamento, mas o objetivo é correr próximo da melhor marca, ou melhorar. A possibilidade de entrar na seleção brasileira olímpica por pontos ajuda. Ela foi bem nas competições e é a primeira no ranking mundial por pontos (20ª, com 1.210 pontos), tirando as atletas com índice”, falou o treinador Evandro Lazari. O índice olímpico nos 400 m feminino é 51.35.