Entrevista com a estudante de medicina e atleta Amanda Marques Silva

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Nascida em Ribeirão Preto, Amanda Marques Silva, conquistou em 2019, o primeiro lugar nos 1500 m, com tempo (05:05.68), no Torneio FPA, realizado Complexo de Excelência em Atletismo Profº Osvaldo Terra da Silva, em São Bernardo do Campo. Estudante de medicina pela UNITAU, de Taubaté, a atleta é representante da Associação Atlética Acadêmica Benedicto Montenegro (AAABM).

Filha de mãe enfermeira e pai dentista, Amanda Marques Silva cresceu ouvindo assuntos relacionados a área da saúde e na hora de escolher qual curso irá ingressar, não teve dúvidas e partiu para Medicina. Nascida em Ribeirão Preto, Amanda atualmente reside em Taubaté e cursa medicina na UNITAU.

“Cresci tendo muito contato com a área da saúde por conta dos meus pais serem do ramo (meu pai é dentista e minha mãe enfermeira). Sempre adorei entender o corpo humano, e minha escolha pela medicina foi por ter um grande leque de opções para trabalhar com o ser humano como um todo, somado ao fascínio que eu tenho por cirurgia”, explicou Amanda.

A mãe também foi uma influenciadora ao introduzir a filha no esporte. Mas, a paixão pelo atletismo nasceu após ingressar na faculdade.

“Sempre fui envolvida com esportes em geral, desde muito pequena já competia em esportes coletivos (vôlei e futsal). Por influência da minha mãe, em2013 aos 17 anos, conheci o MTB (Mountain Bike), onde desenvolvi uma paixão enorme por esportes de alta performance e, a partir de então, peguei firme nas competições individuais. Quando entrei na faculdade em 2017, eu sabia que queria fazer parte de um time e praticar algum esporte, foi então que eu conheci o atletismo, fui orientada pelos meus veteranos a conhecer a modalidade por conta de já ter uma vivência com esportes de alta performance. Nasceu aí uma nova paixão”, contou a atleta.

Amanda Marques já foi competidora no ciclismo ao lado da mãe. Natural da modalidade, já sofreu alguns acidentes, mas nada grave.

“Comecei a pedalar há 7 anos por influência da minha mãe, logo nós duas começamos a competir na modalidade e daí pra frente o amor pela bike só cresceu. Depois que entrei na faculdade e comecei a me dedicar ao atletismo, a rotina foi apertando e acabei não tendo mais tempo pra manter os treinos dos dois esportes num nível competitivo, então infelizmente hoje eu não pedalo mais. Mas espero voltar assim que possível”, disse Amanda.

Quanto aos acidentes, já foram tantos, mas por sorte nunca foi nada grave, só alguns (muitos) ralados rsss. Isso nunca me desmotivou, pelo contrário, cada queda só me fez mais forte pra levantar e continuar. Cada cicatriz é uma história!

Vida de Atleta

Mesmo respeitando o distanciamento social, Amanda Marques adaptou o treino para manter uma rotina.

“Não vou dizer que está sendo fácil porque não está, mas tudo na vida é adaptação. 3x/semana acontecem treinos online do time junto com o técnico, onde é passado um circuito funcional. Eu realizo na própria sala de casa. A vantagem desse tipo de treino é o incentivo, por estar ali em contato com o time mesmo que por videoconferência!”.

“Já nos outros dias da semana ficam as rodagens: procuro ir em estradas de terra que conheço em áreas rurais da cidade para evitar qualquer tipo de contato com alguém. É claro que nada se compara ao ritmo de treinamento pré-quarentena, é impossível manter uma alta performance nessas situações (um circuito dentro do apartamento nem se compara à pista rsss), mas o importante é mantermos um mínimo de condicionamento para que, ao retorno da normalidade, possamos voltar ao nível físico de antes o mais rápido possível”, detalhou Amanda Marques.

Treinada pelo Professor Caetano dos Santos, a atleta explicou como funciona a rotina dos treinamentos, levando em consideração o período antes da pandemia e segundo o treinador postou em sua página do Instagram. “A menina que gosta de treinar!”

– Locais de treinamento: pista de atletismo da cidade + rua

– Rotina: 2x/semana treinos específicos com o técnico em pista (com base na periodização) + 3x/semana rodagens livres (40’ – 45’) + 1x/semana rodagem longa (1h) + 1 dia off.

Em uma entrevista exclusiva ao site da Federação Paulista de Atletismo, Amanda Marques ainda comentou sobre a Atlética, relação de competições e festas, importância da filiação da atléticas na FPA e muito mais.

Confira

Na faculdade, como é divulgado pela atlética a possibilidade de praticar o atletismo?

Quando uma nova turma entra na faculdade, a atlética promove um dia em que os calouros podem conhecer e até mesmo praticar pequenos treinos específicos de cada modalidade. Quem já está no time apresenta um pouco mais sobre a modalidade, e os calouros são incentivados a frequentar diversos treinos afim de despertar interesse.

Vocês vem percebendo um aumento do número de praticantes ou declínio?

Infelizmente no atletismo percebemos um declínio. É um esporte que exige grande dedicação, dentro e fora de pista, também envolve muito esforço, garra e perseverança. Por ser de alta performance, eu diria que, se você está determinado a colher resultados realmente bons, o atletismo se torna quase que um estilo de vida.

Sabemos que os estudantes são muito participativos quando se trata de competições na faculdade, em todas as modalidades. O que você acha desse mix de competição e festa? Acho muito importante, pois a vida é um equilíbrio. Não só na faculdade, mas posteriormente na profissão também será. Fazer parte de um time é assumir responsabilidades, treinos, competições, estar centrado e dedicar-se. Mas também é importante saber a hora de relaxar, a hora de se divertir, descontrair não só dos treinos mas também da rotina pesada da faculdade.

Como a faculdade apoia a sua atlética? Vocês tem algum benefício por desempenho?

A atlética não tem absolutamente nenhum tipo de apoio da faculdade quanto instituição, são os próprios alunos e atletas que sustentam e movem a AAABM. Não há nenhum tipo de benefício por desempenho.

Existem algumas competições universitárias de atletismo, poderia me listar as mais importantes ou as que vocês fazem questão de participar na sua opinião?

TUNA, TUBS, FPA, INTERMED

A FPA abriu as suas competições para os universitários o que isso muda na preparação de vocês, o quanto isso é importante?

Essa abertura é de extrema importância para nós, não só é uma honra poder competir ao lado de atletas profissionais como também aprendemos muito com isso, seja em estratégia, técnica, movimentos, postura ou hábitos pré e pós prova.

Com esse calendário amplo da FPA e a possibilidade das atléticas se filiarem e as marcas serem validadas… Isso dá a possibilidade de tentar vaga para o Mundial Universitário. Como você enxerga essa possibilidade de filiação e de oficialização dos resultados?

É mais um estímulo aos atletas universitários que querem crescer no esporte e se dedicam muito a isso, além de tornar possível uma experiência extremamente positiva.

Como é para você essa possibilidade de networking com os atletas de alto nível?

É honroso e gratificante, não há nada melhor a um amante do esporte do que ter a possibilidade de estar ao lado de grandes atletas, vê-los competir de perto, aprender com eles. É uma oportunidade de grande valia em todos os âmbitos

Existem instituições de ensino nos EUA que tem bolsas para atletas. Você acredita os estudantes aqui no Brasil que praticam o atletismo buscam essa alternativa para poder estudar fora do país?

Acho difícil pois o esporte é pouquíssimo incentivado aqui no Brasil e além disso, dos poucos praticantes, não vejo que uma grande maioria almeja usar isso para conseguir estudar fora do país.

Onde vocês compram os materiais para os treinamentos? A faculdade tem um fornecedor ou cada atleta compra o seu?

Todos os atletas pagam uma mensalidade para a atlética. Desse dinheiro, parte paga o salário dos técnicos e parte vai para o caixa do time, que é revertido em materiais e equipamentos para cada modalidade conforme a necessidade e a possibilidade, ficando disponíveis aos técnicos e atletas. Não há um fornecedor específico, as compras são feitas buscando melhores preços e produtos.

Como você projeta o futuro quando terminar a faculdade? Pretende continuar praticando o atletismo?

Não me vejo no atletismo em si, mas a paixão que eu desenvolvi por correr foi graças a ele. Eu particularmente prefiro competições mais interativas e dinâmicas, tanto com o público quanto com o ambiente, então futuramente pretendo sim continuar treinando, mas para realizar provas de rua!

Quem são os seus ídolos no atletismo?

Tenho uma enorme admiração pelo atleta Ederson Vilela, natural aqui da região do Vale do Paraíba! O ouro mais emocionante do Panamericano de 2019.

Qual é a playlist que você gosta de ouvir antes de uma competição?

Não costumo ouvir música pré-prova. Na verdade é até algo que eu gostaria de tentar passar a fazer, sou extremamente ansiosa e muitas vezes acabo me deixando inundar pelo nervosismo, isso prejudica muito na concentração.

Você tem em seu perfil no instagram quase 15mil seguidores, você se vê como uma influenciadora digital?

No contexto atual das mídias sociais, acho que todos acabamos sendo influenciadores e influenciados. Gosto de mostrar minha rotina e personalidade, mostrar a vida de uma pessoa normal que treina, estuda, compete, se dedica mas também se diverte!

CONQUISTAS E RESULTADOS

ATLETISMO 1500 m
2017 – TUNA: prata 1ª etapa, ouro 3ª etapa, bronze 4ª etapa / INTERMED: prata
2018 – TUNA: prata 1ª etapa / INTERMED: 5° lugar
2019 – TUNA: prata 1ª etapa / TUBS: campeã última etapa / FPA: campeã / INTERMED: prata (quebra de recorde da prova)
CORRIDA DE RUA 5k
2019 – General Salgado: 3° lugar geral / Corrida UNISAL: 3° lugar geral / Track&Field Run: 3° lugar geral / Super 5k: campeã geral 2ª etapa, 2° lugar geral 3ª etapa.

Siga a atleta e estudante de medicina, Amanda Marques no Instagram.

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