Como são os treinos dos corredores recreativos? Em que locais eles acontecem e com qual frequência? Fazem treinos contínuos ou também intervalados? Treinam musculação e flexibilidade? E qual a relação dos seus seus hábitos e tipos de treinamento com eventuais lesões decorrentes da prática da corrida? Essas são algumas das questões que serão respondidas pelo estudo inédito realizado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com apoio da Federação Paulista de Atletismo (FPA).
Quem lidera a pesquisa é Fernando Torres, médico do esporte da UNIFESP e presidente eleito da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) e Sérgio Gregório, Phd em Fisiologia do Exercício e docente orientador do Departamento de Fisiologia da UFPR. Ambos são docentes da Academia Brasileira de Treinadores (ABT), do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
“Vai ser um trabalho importante porque, atualmente, há pesquisas que abordam a incidência de lesões específicas em corredores, mas não a sua relação com o tipo de treinamento do praticante. Com eles, ficamos sabendo quais são as principais lesões, mas não em quais condições elas acontecem e suas causas”, explica Fernando Torres.
“Por outro lado, há também estudos de métodos de treinamento em corredores, mas estes geralmente são voltados para atletas de elite, sendo que a expressiva maioria dos participantes de provas de rua são corredores recreacionais/amadores, que ficam à margem nessas investigações científicas”, complementa o pesquisador.
Estudo amplo e inovador
Segundo Fernando Torres, a nova análise a ser realizada pela UFPR tem como intuito investigar os hábitos e as características de treinamento de corredores de rua, que são, em sua grande maioria, atletas amadores, mas que são negligenciados nos estudos acadêmicos, pois o foco principal recai geralmente sobre os atletas de elite.
“Além de traçarmos o perfil desses corredores recreacionais, verificando que características de treino levam a melhores tempos de prova, iremos tentar estabelecer relação entre tipos e métodos de treino e a incidência de lesões nesses corredores. Ao estabelecer um perfil de treino e associar com melhora de desempenho e também com lesões decorrentes da prática, conseguiremos fazer um estudo amplo e mais completo da modalidade, pois uniremos essas diversas informações numa só pesquisa”, afirma Torres.
Ele avalia que isso é o que torna o estudo inovador na área, podendo ajudar não só quem vai participar do estudo, respondendo o questionário da pesquisa, mas também abastecer com informações importantes as assessorias de corrida, os clubes, preparadores e técnicos.
“As características de treino dessas pessoas [corredores recreacionais] são ainda pouco conhecidas, já que são corredores pouco estudados no meio acadêmico. Fizemos um estudo anterior, com cerca de 400 corredores, e agora buscamos ampliar o alcance, não apenas sobre o perfil de treino como também a sua relação com lesões”, pontua o médico do esporte.
Questionário pode ser respondido online
No questionário formulado pelos idealizadores do estudo são abordadas quatro importantes provas de corrida de rua: 5 Km; 10 Km; meia maratona e maratona. Os participantes também devem incluir o melhor tempo obtido na sua mais longa e recente prova, entre essas quatro incluídas na pesquisa.
Com as respostas, que serão coletadas até o final do mês de junho, os pesquisadores irão analisar os hábitos e demais características de treino, concluindo quais incidem na melhor ou pior performance para o corredor de rua. Além disso, vão relacionar as informações obtidas à maior e menor incidência de lesões, o que vai ajudar, principalmente, na melhor prevenção desse tipo de intercorrência.
Para acessar e participar da pesquisa, clique aqui. Ajude compartilhando o questionário com corredores de rua, sejam eles profissionais ou amadores!
